2 de jun. de 2010

Crítica: Sex and the City 2


Prepare-se para entrar num mundo de futilidades. Uma verdadeira Ilha da Fantasia de sentimentos rasos e gastos profundos. Um, digamos assim, “jeito Daslu de ser”... mas sem os contrabandos. Quem não tiver nenhum tipo de problema com filmes escapistas e maravilhosos sonhos de consumo pode relaxar e curtir Sex and the City 2, sem medo de ser superficial. Afinal, cinema também é ilusão.

Nesta continuação, vemos agora a escritora Carrie (Sarah Jessica Parker) preocupada em fazer com que seu casamento não caia na monotonia. Enquanto isso, a ninfomaníaca Samantha (Kim Catrall) se entope de cremes e hormônios para afastar o terrível fantasma da menopausa, Charlotte (Kristin Davis) tenta administrar o estresse causado por suas duas filhas e Miranda (Cynthia Nixon) vive uma crise profissional. Quatro amigas com preocupações bastante comuns à grande maioria da população urbana. Os problemas podem até ser corriqueiros, mas Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda não. Elas são mulheres poderosas de Nova York e utilizam duas armas infalíveis para superar as dificuldades: a forte amizade que as une e compras, muitas compras. É mais ou menos como se as Patricinhas de Beverly Hills estivessem envelhecendo, pero sin perder la ternura, jamás.

No universo de fantasia de Sex and the City, a salvação vem sob a forma de uma luxuosíssima e inesperada viagem a Abu Dhabi (na verdade, as locações são no Marrocos), com direito aos mais românticos mistérios das histórias das 1001 noites. É como se Sherazade estivesse sendo entrevistada por Amaury Jr.

Entre uma profusão de cores, muitos vestidos e uma direção de arte de gosto dos mais duvidosos, o filme não apresenta nem roteiro nem direção seguros o suficiente para sustentar uma narrativa cinematográfica desejável. Fiel às suas origens televisivas, tudo é muito unidimensional, sem nuances e filmado de uma forma que parece sempre almejar a estética dos comerciais de perfumes. Sem jamais consegui-lo.

Mas o carisma das quatro amigas consegue, pelo menos em parte, espantar um pouco a sonolência que se instala no espectador nos longos 146 minutos de projeção de uma trama que se ressente fortemente de uma boa espinha dorsal. Um diálogo simpático aqui, uma situação engraçada ali, uma piada bem colocada acolá e o filme logra alguns momentos de entretenimento sem compromisso. Nada muito além disso.

Mas maldade mesmo foi o que fizeram com Liza Minelli. A veterana atriz - mais torta e plastificada que a Ana Maria Braga - faz uma participação especial cantando e dançando. Ou melhor, tentando cantar e tentando dançar, num momento patético do filme. Alguém deveria ter tido o bom senso de eliminar a cena, para pelo menos preservar o ícone que Liza foi.

Fonte: CineClick

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