21 de jul. de 2010

A união faz a diferença

Por mais desgastada que possa parecer, nunca a premissa de que "a união faz a força" esteve tão atual. Em tempos de crédito escasso e caro, concorrência acirrada e poder aquisitivo em baixa, a união de esforços vem fortalecendo os pequenos lojistas contra o poder avassalador dos grandes grupos econômicos. Prova disso é a busca cada vez maior por novas formas de associativismo, que vem crescendo entre os mais diversos segmentos do varejo. Sozinho, fica cada vez mais difícil para o pequeno varejista sair na frente, desenvolver novas estratégias de administração e garantir um lugar ao sol.

Com um orçamento reduzido e noções de gestão ainda muito defasadas, a solução para os pequenos é a adoção de estratégias em conjunto, como compra de mercadoria, promoções, treinamento de funcionários, obtenção de crédito e até desenvolvimento de marcas próprias. Em alguns segmentos, como o varejo alimentar, a concentração atinge níveis absurdos, com mais de 35% do faturamento migrando para as mãos das cinco maiores redes. Isso contribuiu para que a união de pequenos lojistas ganhasse força na última década. Hoje, pelo menos 200 associações de pequenos comerciantes já operam no país, com resultados significativos.


Receita para vender mais

O sucesso do associativismo e de quem optou por essa estratégia não deixa dúvidas. No disputado mercado de medicamentos, onde 86% de farmácias pequenas disputam espaço com 14% de redes grandes e médias, a cooperação já é uma realidade. O Brasil é o país com o maior número de farmácias no mundo – uma média de 3,34 para cada 10 mil habitantes – sendo 86% delas, pequenos estabelecimentos. Atualmente, 6% das pequenas já atuam sob uma bandeira associativista, travam lutas econômicas e reúnem seus associados em um caminho de desenvolvimento com estratégias em comum.

A primeira associação de farmácias no modelo hoje consolidado aconteceu no início de 1994, em São José do Rio Preto (SP), mas foi na década de 80, com a informatização do setor e a diminuição do número médio de funcionários por loja, que as redes independentes começaram a esboçar uma virada. Antes, existiam apenas grupos que se uniam para compras de mercadoria, não envolvendo o compartilhamento de marcas e outras ações de marketing, que incluem a diversificação do mix, desenvolvimento de marcas próprias e promoção de serviços adicionais, entre outros pontos de ação. Dos anos 80 para cá, a expansão das pequenas associações foi crescendo, até chegar a 23 redes de farmácias independentes espalhadas por todo o país associadas à Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias).

O poder de fogo das farmácias unidas em torno da federação alcançou 2,35 mil pontos-de-venda em 900 municípios, com um faturamento médio de R$ 45 mil por farmácia e um resultado geral de R$ 1,3 bilhão em 2004. Geralmente as redes adotam uma marca em comum, utilizada pelos associados como forma de agregar valor e somar ações de marketing. "Nossa grande vantagem são os acordos comerciais com as indústrias e fornecedores, além de práticas administrativas que visam fortalecer o negócio e chegar a objetivos em comum", define o presidente da Febrafar, Edison Tomascia.

Fonte: Empreendedor

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