27 de ago. de 2010

Crítica: Par Perfeito

Que Ashton Kutcher já é figurinha carimbada no universo das comédias românticas não é novidade, mas, como se não bastasse, atuar com aquela cara de garoto perdido ele resolveu produzir o filme Par Perfeito.

O nome do longa, dirigido por Robert Luketic, pode até sugerir uma coisa “bonitinha”, como a história de um casal que se ama incondicionalmente. A premissa é verdadeira, mas o que levou o personagem de Ashton Kutcher a se apaixonar pelo de Katherine Heigl realmente foge do convencional. E esse pode ser o atrativo do filme, que apesar de ter ganho uma produção no melhor estilo 007, não chega a ser uma base de entretenimento inteligente para cair no cinema. O roteiro é limitado, por não mostrar nada de novo, e seu final faz qualquer ideia de imprevisibilidade falir.
A trama é simples e não pede muita astúcia do espectador. Spencer Aimes (Ashton Kutcher) é um superassassino contratado pelo governo acostumado a paisagens exóticas da Europa. Mas, quando ele conhece Jen Kornfeld (Katherine Heigl), uma linda garota apaixonada por computador, ele encontra o verdadeiro amor. Três anos depois, quando ainda aproveitam o casamento, descobrem que são alvo de um negócio multimilionário que envolve suas mortes. Pior: os assassinos podem ser qualquer um.

O filme é uma espécie de Bonny e Clyde do século 21, mas numa versão bem piorada, confesso. Ashton Kutcher faz esforço, mas não foi dessa vez que ele mostrou sua veia cômica, se alguém estiver esperando se engasgar de rir com ele. O personagem é até divertido em alguns momentos, mas não a ponto de permitir o riso por mais de um minuto. Já Katherine Heigl, que já atuou em papéis dramáticos, tem uma veia cômica que dá certo. Ela é daquelas que se estigmatizam por sua “cara de comédia”, digamos assim. Algumas atrizes, só de olharmos, já tem aquela aura de humor que nos faz querer que elas vivam desse gênero eternamente, como é o caso da atriz brasileira Fernanda Torres, que por causa de Os Normais assinou seu atestado de humorista. Isso, claro, sem desmerecer o grande talento que ela tem para outros estilos de atuação.
As interpretações se equilibram. Há a novidade de que Tom Selleck resolveu dar o ar de sua graça nos cinemas novamente. Por muitos anos fazendo seriados na TV, o veterano aparece como o pai da mocinha que resolve colocar uma ordem no namoro de sua filha, interpretada por Heigl. Nenhum marco entre as atuações de Selleck. Também não dá pra dizer que foi uma volta triunfal do bigodudo mais famoso das telas, mas ele está lá para quem quiser revê-lo.
Para quem assistiu Entrando Numa Fria e se lembra do papel que Robert De Niro fez, interpretando o pai da protagonista, talvez entenda o perfil que quero traçar de Selleck em Par Perfeito. Porém, ao contrário de De Niro, sua aparição foi bem blasé.
O longa tem uma trilha bem comum entre as produções de ação e comédia. Ora há marcações tensas de perseguição, ora uma musiquinha que remeta ao amor dos dois. Dentre o montante de comédias românticas espalhadas por aí, Par Perfeito não pode ser considerada uma das melhores. Mas para quem não perde nada realizado pelo marido de Demi Moore e o segue no Facebook e Twitter fervorosamente, fica a dica para ter assunto com ele depois.

Fonte: Cineclick
Autoria: Vanessa Ribeiro

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