26 de ago. de 2010

Crítica: Karate Kid (2010)

A superação, o “chegar lá”, vencer após uma jornada cheia de obstáculos são elementos fundamentais para a sociedade e cinema dos Estados Unidos. Não dá para pensar na cultura norte-americana sem passar por um sistema político-econômico que vende a ideia de mundo possível para todos os cidadãos, basta “apenas” lutar.
O cinema do pós-Segunda Guerra Mundial tratou de questionar o “sonho americano”. Mais de meio século depois, eles mostram que são ímpares quando se trata de vender uma ideia e, enquanto isso, realizar um bom filme. Karate Kid, refilmagem de Karatê Kid – A Hora da Verdade, é a mais recente produção dessa safra.
O remake usa todos os mecanismos cinematográficos que tem à mão para envolver o espectador na história de superação de Dre (Jaden Smith, sempre simpático), um menino americano que se muda para a China com a mãe (Taraji P. Henson) e, após levar uma surra do garoto barra pesada do lugar, Cheng (Zhenwei Wang), começa a aprender Kung Fu com Mr. Han (Jackie Chan, ótimo).

Quem assistiu ao filme original de 1984 sabe como tudo termina. Na verdade, nem precisa tê-lo visto porque, conhecendo a proposta da produção comandada por Harald Zwart (A Pantera Cor de Rosa 2), fica fácil perceber o caminho que segue cada um dos personagens.
Assim como a essência de Karatê Kid – A Hora da Verdade estava na música-tema Glory of Love, Karatê Kid é auto-explicado por Never Say Never, de Justin Bieber. “Nunca vou desistir, vou lutar/ Vou lutar para sempre”. Precisa dizer algo?
O roteiro escrito pelo estreante Christopher Murphey segue a base do filme original. Porém, é muito mais inteligente para aprisionar o espectador em todas as situações emotivas. Por exemplo: quando o personagem de Jaden Smith finalmente aprende alguns golpes, Karatê Kid usa e abusa da decupagem e de uma trilha pela qual é impossível ficar indiferente.
Claro que não dá para extrair muita filosofia do filme. É entretenimento pipoca e refrigerante, sem pretensões além de passar a mensagem da superação e do diálogo entre diferentes. Dentro disso, elenco afinado (com Jackie Chan e Jaden Smith promissor) e situações bonitas, nas quais o corpo humano e o movimento dos animais se fundem. Divertido.

Fonte: Cineclick.
Autoria: Heitor Augusto

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