31 de mai. de 2010
Crítica: Pânico na Neve
Logo em seu segundo longa-metragem – Hatchet, de 2006 – o roteirista e diretor Adam Green chamou a atenção ao ganhar seis prêmios em festivais de cinema fantástico. No ano seguinte, seu novo trabalho Spiral levou mais duas premiações, também em festivais do mesmo gênero.
Após alguns curtas e episódios para TV, Green partiu em 2010 para o seu quarto longa, Frozen, que chega ao circuito brasileiro batizado como Pânico na Neve. Com ele, uma indicação de Melhor Filme de Horror no prêmio Saturno, o Oscar para as produções de terror, fantasia e ficção científica.
Não é a oitava maravilha do mundo do suspense, mas é um trabalho repleto de qualidades que merece ser conferido pelos fãs do gênero.
A trama começa como se fosse apenas mais um filme de terror adolescente (e felizmente não será). Dan (Kevin Zegers), a namorada Parker (Emma Bell) e o amigão Joe (Shawn Ashmore, o Homem de Gelo de X-Men) se divertem numa estação de esqui, quando o improvável acontece: por causa de uma série de mal entendidos, um funcionário desliga o teleférico onde os três se encontram, rumo ao topo da montanha de onde desceriam esquiando. É início de noite, a estação está sendo fechada e os três jovens são esquecidos no alto do teleférico, sozinhos, sob um frio congelante. Uma excelente e instigante premissa para um bom filme de suspense.
A partir daí, Adam Green demonstra bastante habilidade não somente roteirizando como também dirigindo (embora o roteiro seja sensivelmente melhor que a direção). O clima de desespero é crescente, sem ser histérico, e os três protagonistas desenvolvem uma boa química dramática entre eles. Felizmente o filme não descamba para a matança e para a violência gratuita que tanto tem caracterizado o gênero recentemente.
Mostra-se bastante acertada a opção do roteiro em fixar-se apenas sobre o trio que comanda a ação, sem digressões para outras sub-tramas: desta forma, o desespero do isolamento fica ainda mais acentuado. Ao mesmo tempo, abre-se espaço para que sejam desenvolvidas histórias pregressas dos personagens, o que fatalmente acaba criando na plateia uma empatia maior com cada um deles, ingrediente fundamental para que o suspense seja mantido até a cena final. O ritmo é eficiente e os atores não desapontam.
Fonte: CineClick
Autor: Celso Sabadin
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